TIRE O SEU RACISMO DO CAMINHO QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA COR. Georges Najjar Jr

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Conar deve julgar suposto racismo em anúncio de azeite Gallo

O Conar, conselho que regulamenta a publicidade, deve julgar em breve representação contra um anúncio do azeite Gallo acusado de supostamente incorrer em racismo.

A peça, que promovia nova embalagem do produto, dizia: "O nosso azeite é rico. O vidro escuro é o segurança".
A AlmapBBDO, responsável pela campanha, diz que só comentará quando o caso for a julgamento pelo Conar.

Anúncio polêmico do azeite Gallo; primeira peça diz "O nosso azeite é rico. O vidro escuro é o segurança". A segunda peça afirma que o vidro escuro protege do sol

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Chefe que obrigava funcionária a usar calças apertadas é condenado a pagar R$ 58 mil

Um chefe que assediava sexualmente uma funcionária dizendo que ela só podia usar calças jeans apertadas no trabalho foi condenado a pagar 21.681 libras (equivalente a R$ 58 mil ) de indenização. O caso aconteceu na cidade de Plymouth, na Inglaterra.
Alamy
 Matthew Flynn, 45, que é sócio da empresa, costumava fazer comentários sobre os seios da funcionária, além de assediá-la diariamente.

A vítima, cujo nome não foi divulgado por razões legais, disse que usava um par de calças jeans tamanho 8 para trabalhar e Flynn a repreendeu, dizendo para usar apenas jeans skinny. “Você não está autorizada a usar qualquer calça jeans. Agora eu tenho algo de bom para olhar”.
De acordo com a funcionária, o assédio começou com comentários sobre seu bumbum enquanto ela estava debruçada recolhendo algumas embalagens no estoque. "Durante meus dez meses de trabalho lá, quase todos os dias eu ouvia comentários inadequados de Matthew sobre o meu corpo”.
O juiz concedeu-lhe a indenização dizendo que "ela foi submetida a uma campanha sustentada de assédio sexual e também bullying".

(Com Daily Mail)

Empresa pode consultar SPC, Serasa e órgãos de polícia antes de contratar, decide TST. lamentável!


A 2ª Turma do  TST (Tribunal Superior do Trabalho) rejeitou apelo do MPT (Ministério Público do Trabalho da 20ª Região), em Sergipe, para impedir que uma rede de lojas de Aracaju consultasse SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), Serasa (Centralização dos Serviços Bancários S/A), órgãos policiais e do Poder Judiciário antes de contratar funcionários.

No recurso ao TST, o MPT alegou que a decisão regional violou os artigos 1º, inciso III, 3º, inciso IV, 5º, inciso X, da Constituição da República, e 1º da Lei 9.029/1995, sustentando que a conduta da empresa é discriminatória.Em decisão unânime, os minitros da 2ª turma consideram que as consultas não são fatores discriminatórios, e sim critérios de seleção de pessoal que levam em conta a conduta individual.

Ao examinar o caso no TST, o relator do recurso de revista, ministro Renato de Lacerda Paiva, frisou que os cadastros de pesquisas analisados pela G. Barbosa são públicos, de acesso irrestrito, e não há como admitir que a conduta tenha violado a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas. Destacou também que, se não há proibição legal à existência de serviços de proteção ao crédito, de registros policiais e judiciais, menos ainda à possibilidade de algum interessado pesquisar esses dados.

Jornalista chamou Heraldo Pereira, da TV Globo, de “negro de alma branca” e pagará R$ 30 mil


ornalista da TV RecordREPRODUÇÃO

BRASÍLIA – O jornalista Paulo Henrique Amorim, apresentador do programa Domingo Espetacular da Rede Record de Televisão, foi condenado a pagar indenização de R$ 30 mil ao jornalista Heraldo Pereira, da TV Globo, por ter afirmado em seu blog que Pereira é um "negro de alma branca", o que foi considerada uma manifestação racista em julgamento no Tribunal de Justiça do Distrito Federal. O valor será entregue a uma instituição de caridade escolhida por Heraldo Pereira. O processo por dano moral já vinha tramitando desde março de 2010, e no dia 15 de fevereiro, eles entraram em acordo.
Jornalista da TV Record Foto: ReproduçãoAmorim também deverá publicar uma retratação nos jornais Correio Braziliense e Folha de S.Paulo, nos cadernos de política, economia ou variedades. O texto deverá dizer que ele "reconhece Heraldo Pereira como jornalista de mérito e ético; que Heraldo Pereira nunca foi empregado de Gilmar Mendes; que apesar de convidado pelo Supremo Tribunal Federal, Heraldo Pereira não aceitou participar do Conselho Estratégico da TV Justiça; que, como repórter, Heraldo Pereira não é e nunca foi submisso a quaisquer autoridades; que o jornalista Heraldo Pereira não faz bico na Globo, mas é empregado de destaque da Rede Globo; que a expressão 'negro de alma branca' foi dita num momento de infelicidade, do qual se retrata, e não quis ofender a moral do jornalista Heraldo Pereira ou atingir a conotação de 'racismo'", de acordo com decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
No texto que deu origem à ação, veiculado no blog "Conversa Afiada", Amorim afirmava que Heraldo Pereira era funcionário do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que apenas fazia um bico na Rede Globo, além de chamar o jornalista de "negro de alma branca", o que foi considerada uma manifestação racista.



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Sakamoto - E quando somos racistas e nem percebemos?


sakamoto
O brasileiro não é racista.
Nem machista.
Muito menos homofóbico.
Ricos e pobres têm acesso iguais a direitos.


O shopping Higienópolis, em um dos bairros mais ricos de São Paulo, tornou-se palco de manifestação antirracismo neste sábado. Uma arquiteta ouvida pela Folha de S. Paulo (para assinantes) discordou do protesto: "Achei ridículo. Afinal de contas, esse negócio de racismo onde é que está?" Questionada a respeito da reclamação dos manifestantes sobre a pequena quantidade de negros no shopping, ela respondeu: "Você viu a quantidade de seguranças negros, de empregados?"
A sinceridade foi tão grande que ela nem se ligou que sua declaração foi como uma cobra comendo seu próprio rabo.
Só havia uma negra na minha sala de aula na graduação em jornalismo na USP.
O que faz sentido. Até porque, como todos sabemos, os negros representam 4% da população brasileira.
Mas isso não importa, porque não existe preconceito por cor de pele.
Ou como diria o genial Laerte:

Laerte-racismo
 Ignorar um machucado não faz ele desaparecer.
Confiar no mito da democracia racial brasileira, construído para servir a propósitos, é tão risível quanto ser adulto e esperar um mamífero entregador de chocolate (a.k.a. Coelho).
Encarar pessoas com níveis de direitos diferentes como iguais é manter em circulação coisas que a gente ouve por aí:
- Tinha que ser preto mesmo!...
- Amor, fecha rápido o vidro que tá vindo um escurinho mal encarado.
- Olha, meu filho não é preconceituoso, não. Ele tem amigos negros.
- Eu adoro o Brasil porque é um país onde não existe racismo como nos Estados Unidos. Aqui, brancos e negros vivem em harmonia. Todos com as mesmas oportunidades e desfrutando dos mesmos direitos. O que? Se eu deixaria minha filha casar-se com um negro? Claro! Se ela conhecesse um, poderia sem sombra de dúvida.
- Vê se me entende que eu vou explicar uma vez só. A política de cotas é perigosa e ruim para os próprios negros, pois passarão a se sentir discriminados na sociedade – fato que não ocorre hoje. Além disso, com as cotas, estará ameaçado o princípio de que todos são iguais perante a lei, o que temos conseguido cumprir, apesar das adversidades.
Mas o brasileiro não é homofóbico.
Nem machista.
Muito menos racista.
O blogueiro, uma japonês safado e escurinho, é que é um idiota.

Depoimento do estudante de veterinária que sofreu racismo das vizinhas

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Petrobras assina contrato para promover igualdade racial; Nordeste será foco


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 RIO DE JANEIRO - Um protocolo de intenções entre a Petrobras e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) foi assinado às 17h desta terça-feira na sede da estatal, no centro do Rio de Janeiro. O objetivo do documento é firmar uma cooperação para o desenvolvimento de ações que promovam a igualdade racial e o combate ao racismo. De acordo com a ministra da Seppir, Luiza Bairros, a região Nordeste será uma das maiores beneficiadas com a política de incentivos, já que é na área há uma concentração maior de manifestações das culturas negras
"Do ponto de vista da questão das artes e da cultura negra você tem, até mesmo por conta de concentrações populacionais, um maior número de manifestações que se localiza no Nordeste brasileiro. Eu acredito então que com isso a gente vá ter, naturalmente, a depender do tema, uma concentração maior (de incentivos) no Nordeste porque é lá que reside uma grande parte dessas manifestações culturais afro-brasileiras", explicou a ministra. De acordo com o último censo realizado no Brasil, a população nordestina é composta em 62,7% de pardos, 28,8% de brancos, 8,1% de negros e 0,3% de indígenas e amarelos.

Luiza Bairros fala sobre iniciativas de combate ao racismo e Estatuto da Igualdade Racial no Bom Dia Ministro


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O Bom Dia Ministro desta quinta-feira (09) entrevista a ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Luiza Bairros. No programa, a ministra falará sobre protocolo de intenções, assinado com a Petrobras, para a implantação de estratégias que objetivam fortalecer iniciativas de combate ao racismo e promoção da igualdade racial, assim como a efetivação de ações afirmativas. O documento foi firmado com a empresa na última terça-feira. A entrevista é produzida e coordenada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência República, e transmitida ao vivo pela NBR TV e via satélite, das 8h às 9h. Além disso, a ministra apresentará os reflexos do Estatuto da Igualdade Racial (lei 12.288/2010) em ações do governo federal, entre elas a criação de programa específico para o enfrentamento ao racismo e a promoção de políticas públicas que visam ao cumprimento da lei.

houston whitney
Artista tinha 48 anos e cantou hits como 'I will always love you'.

Ela foi encontrada morta em hotel de Los Angeles.
A cantora Whitney Houston morreu neste sábado (11) aos 48 anos. As causa da morte ainda não foi divulgada e ela foi encontrada morta por um integrante de seu staff no Beverly Hilton, hotel de Los Angeles. A artista estava hospedada no local para se apresentar em uma premiação deste final de semana em homenagem a Clive Davis, empresário que a descobriu quando tinha apenas 11 anos de idade. Houston deixa uma filha, Bobbi Kristina.
Houston fez muito sucesso nos anos 1980 e 90 e se tornou uma das artistas de maior vendagem do período. Dentre seus maiores hits estão "How will I know", "Saving all my love for you" e "I will always love you", trilha do filme "O guarda-costas". Por conta da turnê mundial da trilha deste longa, Whitney se apresentou no Brasil em janeiro de 1994, em um show solo no estádio do Morumbi e no festival Hollywood Rock, no Rio.
Ela vendeu 200 milhões de álbuns em sua carreira e chegou 30 vezes ao topo das paradas da Billboard, além de ter ganho 6 Grammys. Ela lançou sete discos de estúdio e tinha um previsto para este ano.
Nas duas últimas décadas, a artista teve diversas passagens por clínicas de reabilitação para tratar seu vício contra o álcool e drogas. Em 2009, ela precisou interromper sua turnê europeia devido a problemas de saúde.
A artista foi número um em vendas nos EUA com seu último álbum, "I look to you" (2009), o primeiro lançado por ela em sete anos, um período no qual sua imagem foi prejudicada por seu uso de substâncias químicas e as constantes polêmicas com seu ex-marido, o cantor Bobby Brown, com quem se casou em 1992 e se separou em 2007.
Há três anos ela deu uma entrevista à apresentadora Oprah Winfrey e afirmou que sua mãe a salvou, obrigando-a a frequentar um programa de tratamento para viciados.
Em 2006, a cantora também admitiu enfrentar problemas financeiros. Por conta de uma dívida de US$ 1 milhão, na época ela pôs a leilão sua casa avaliada em US$ 6 milhões.
  
 Carreira premiada
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Whitney Elizabeth Houston nasceu em Newark, em 9 de agosto de 1963. Além de se destacar como cantora de r&b e soul, ela também atou no cinema e fez carreira como modelo. Mas foi na música que a artista ganhou fama e bateu recordes - ela venceu 415 prêmios ao longo da vida.

Houston era prima de Dionne Warwick e tinha Aretha Franklin como madrinha. Aos 11 anos, quando começou a atuar ao lado de sua mãe Cissy em casas noturnas na cidade de Nova York, ela foi descoberta por Clive Davis, empresário da Arista Records.
Seu álbum de estreia, "Whitney", foi lançado em 1985 e se tornou o álbum de estreia mais vendido por uma artista feminina, com 25 milhões de cópias ao redor do mundo graças aos sucessos "Saving all my love for you" e "How will I know". Nos cinemas, seu primeiro papel foi no filme "O Guarda-costas" (1992), em que dividia cena com Kevin Costner e cantava na trilha sonora. É do longa a música "I will always love you", seu maior sucesso e cover de Dolly Parton.
Com seu estilo inspirado no canto gospel, a cantora inspirou uma geração de cantoras, de Marey Carey a Christina Aguilera. Porém, no auge do sucesso, ela se tornou notícia por suas polêmicas fora do palco, o que incluia comportamentos estranhos em público. Por diversas vezes ela confessou ser viciada em cocaína, maconha e medicamentos controlados. Segundo a cantora, com o passar dos anos isso a fez perder seu timbre de voz, que não alcançava mais as altas notas de outrora. A primeira vez que seus problemas se tornaram públicas foi em 1991, quando ela foi vaiada ao cantar o hino nacional durante o Super Bowl, a grande final do futebol americano.
  
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Fonte: G1

Ex-Vigilantes do Peso engorda, é demitida e exige indenização


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Função é motivar as pessoas a se livrarem dos quilos extras, argumentou empresa

Uma ex-orientadora do "Vigilantes do Peso" foi demitida por engordar 20 quilos e exige R$ 20 mil de indenização na Justiça. A empresa argumentou que os colaboradores do programa de emagrecimento não podem engordar porque sua função é justamente motivar as pessoas a se livrarem dos quilos extras.
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) vai decidir se a ex-funcionária tem direito a ser indenizada por danos morais e ao recebimento de verbas rescisórias devidas em caso de demissão sem justa causa, como a multa de 40% do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Como argumento para se livrar da acusação, a empresa afirma que o contrato previa a dispensa em caso de ganho de peso.
De acordo com a empresa, um orientador do Vigilantes do Peso não pode ostentar ganho de peso justamente porque deve incentivar os clientes a não engordarem.
Entenda o caso

Mercado de escravos


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Durante o século XVI, com o desenvolvimento dos engenhos de açúcar no Brasil Colonial, os portugueses se depararam com a necessidade de adquirir mão de obra para trabalhar nesses engenhos. A partir de então, para suprir a necessidade de mão de obra, a solução encontrada foi a implantação do trabalho escravo. Os primeiros a serem escravizados foram os indígenas; entretanto, os jesuítas (Companhia de Jesus) tinham como principal objetivo a catequização e a proteção dos povos indígenas. Além disso, foram criadas leis que coibiram a escravidão indígena.
Rapidamente, os portugueses tiveram que pensar em outra solução para compensar a falta de mão de obra. A saída foi introduzir o trabalho escravo negro africano no Brasil, por meio do tráfico negreiro (atividade altamente lucrativa). Antes de implantá-lo no Brasil, os portugueses já haviam utilizado o trabalho escravo africano nas ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde.
Os escravos africanos foram trazidos ao Brasil nos tumbeiros (navios negreiros). Quando chegavam ao território brasileiro, eram levados para o mercado de escravos, onde eram negociados com os senhores proprietários de engenhos.

África do Sul emite dinheiro com a imagem de Nelson Mandela


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Líder anti-apartheid estará nas notas de 10, 20, 50, 100 e 200 rands.
Objetivo é expressão gratidão ao ex-presidente, segundo o governo.
As autoridades da África do Sul anunciaram neste sábado (11) uma nova emissão de notas com a imagem do ex-presidente Nelson Mandela, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1993 por sua liderança nas negociações para a transição do "apartheid" para a democracia.
"Hoje, em nome do governo e do povo sul-africano, tenho a honra de anunciar que as novas notas dos bancos sul-africanos terão a imagem de Nelson Mandela, primeiro presidente da África do Sul livre", disse o chefe de Estado, Jacob Zuma, em entrevista da qual também participou a diretora do Banco Central da África do Sul, Gill Marcus.
"Com este modesto gesto, queremos expressar nossa gratidão (...). Estas notas permitirão que nos recordemos do que conquistamos ao tentar alcançar uma sociedade mais próspera", disse o atual presidente.

Fonte: G1

rio dos macacos
"chega de negociar , não dá pra achar que vencemos agora é hora de enfrentamento"

Makota Valdina Pinto
Vi toda a comunidade do Quilombo dos Macacos, situada na ponta do subúrbio ferroviário(Salvador) e em Simões Filho um dos mais importantes pólos industriais da Bahia, estava lá a comunidade , emocionada e nos emocionando , combustível para essa luta inglória. O Quilombo dos Macacos vive em uma guerra, reféns da instituição de tortura mais cara de pau dessa republica de fachada: a Marinha do Brasil. A mesma que torturava a base de chicote os bravos rebelados da Revolta da Chibata, mantém um saldo de analfabetismo, tortura, desaparecimento, morte, espancamento e violação de direitos desde os tempos da Ditadura Militar. E agora querem despejar de sua morada centenária várias famílias do Quilombo dos Macacos. Makota Valdina disse não com a dignidade em riste e foi mal interpretada por muitos militantes institucionais de plantão, aquela turma do acomoda com projetos mirabolantes e bolsas internacionais pra fazer reunião em lugares cuja rua e/ou bairro mal conhecem. Esta turma que se acostumou a negociar o inegociável ficou arisca quando Makota Valdina os chamou para o enfrentamento. Nós da Quilombo Xis /Reaja aceitamos convocação.

Mauro Santayana: cadeia para quem mata mendigos


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Algumas religiões santificam a mendicância, como o ato mais expressivo da humildade. Pedir aos outros o pão, em lugar de o obter mediante o trabalho, é visto, assim, como o contraponto à vaidade e à arrogância. As sociedades, sendo profanas, não vêem com os mesmos olhos o ato de pedir. Os costumes, diferentes das razões éticas, sobretudo os construídos pela consciência burguesa, condenam a mendicância, ainda que admitam, com certo cinismo, a caridade. É interessante registrar que Sartre, senhor de grande lucidez e, em algum tempo, militante revolucionário, andava com moedas nos bolsos, que distribuía aos mendigos do Quartier Latin. Talvez se sentisse, com isso, menos culpado dos desajustes do mundo.
Matar mendigos não é um esporte novo. A civilização cristã oscila entre o exercício da caridade (que, em alguns casos, costuma ser negócio lucrativo) e da repressão. Entre a piedade e a forca, conforme o ensaio do historiador Bronislaw Geremek sobre os miseráveis e pequenos bandidos da Idade Média. No Brasil, a agressão e o assassinato dos diferentes estão assumindo dimensões insuportáveis. Numerosos moradores de rua em Salvador foram trucidados durante a greve dos policiais militares. Há suspeitas de que foram policiais, eles mesmos, os matadores. Coincidindo com os fatos da Bahia, um jovem universitário tentou intervir, ao assistir à agressão de um morador de rua na Ilha do Governador, no Rio, por cinco jovens. Foi quase linchado, teve seu rosto arrebentado pelas patadas, só reconstituído mediante o emprego de 63 pinos de platina.

Um país à procura de um povo


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O Brasil é hoje a sexta economia do mundo. No entanto, ocupa a 84ª posição em Índice de Desenvolvimento Humano. Não somos um país da contradição, mas, sim, da omissão. Pagamos os mais altos impostos e recebemos os mais baixos serviços prestados pelos governos. Formamos uma grande massa de silenciados da pátria, um "assombro de misérias e grandezas". Aqui, a parcela mais pobre e esquecida da sociedade produz o maior espetáculo, o carnaval. Tudo para ser vivido fora, debaixo dos holofotes das avenidas, bem distante de sua comunidade.
O que é a democracia senão o direito e o dever da minoria representativa de fiscalizar e cobrar a maioria no parlamento? No entanto, o que vemos nesta terra desde Cabral é a maioria silenciando e cooptando a minoria e a minoria não buscando uma nova posição, não apresentando um novo projeto de país, um novo caminho. Não querem repensar o país, apresentar um programa de nação, mas sim um palanque e a chance de reivindicar os privilégios que não tem. Não legislam pela necessidade, mas pela conveniência.
Nossos grupos políticos não lutam por ideais, mas pela oportunidade de administrar verbas, distribuir cargos, aparelhar o Estado, acertar comissões. O caso das novas privatizações reflete bem essa realidade, tão ultrapassado quanto atual em nossa política, que rasteja seu terno surrado pelos corredores assombrados de nossa pobre vida diária. Está nos jornais, nas capas de revistas, enquanto a família brasileira assiste hipnotizada pela televisão a vida glamorosa que ela nunca terá.
Enquanto no primeiro mundo, com todos seus privilégios e conquistas sociais, o povo vai às ruas e protesta por uma política inclusiva e mais humanizada, nós nos escondemos em casa, guardados por Deus, voluntariamente refugiados. Alegam sermos um povo pacífico. Enquanto isso, explode nos centros urbanos uma guerra surda, uma violência desmedida, escancarada, de um povo fratricida. Em apenas um final de semana, produzimos mais vítimas fatais em todo território nacional que muitas guerras inteiras em países que vivem diariamente seus conflitos sociais, ideológicos e raciais. Aqui, até nossa violência é covarde.